Nascida no Rio de Janeiro, Brasil, em 1937, Nélida Piñon foi a primeira mulher a presidir à Academia Brasileira de Letras, tem uma extensa produção literária, traduzida em diversas línguas, e foi distinguida com prêmios como Jabuti, Rosalía de Castro, Casa de las Americas e Príncipe de Astúrias das Letras, entre outras distinções. Convidada de honra do festival literário Correntes d’Escritas, na Póvoa de Varzim, que se encerrou recentemente, tem editados em Portugal títulos como “A República dos Sonhos”, “Livro das horas”, “Aprendiz de Homero”, assim como o seu mais recente romance, “Uma Furtiva Lágrima”, que chegou às livrarias no final de janeiro. Este prêmio foi instituído em 1996 em homenagem ao escritor Vergílio Ferreira, autor de “Até ao Fim” e “Para Sempre” e distingue anualmente o conjunto da obra de um autor de língua portuguesa. “É um prêmio para a língua portuguesa e eu acho que é um prêmio para os escritores brasileiros”, afirmou a autora, em declarações aos jornalistas, no final da cerimônia de entrega do galardão, que se realizou na sala dos docentes da academia alentejana. Nélida Piñon considerou que “os prêmios têm sempre um caráter de consolo em relação às adversidades literárias”, mas destacou que, no seu caso, como é “dada aos prazeres, às aventuras e venturas humanas”, junta este à sua “história pessoal”.
A atribuição do prêmio à escritora foi decidida em dezembro pelo seguinte júri: professores Antonio Sáez Delgado (UÉ, que presidiu), Cláudia Afonso Teixeira (UÉ), Fernando Cabral Martins (Universidade Nova de Lisboa), Ângela Fernandes (Universidade de Lisboa), e pela jornalista Anabela Mota Ribeiro.
Fonte: Observador