E o Clube Português de São Paulo, a mais antiga associação, é um exemplo desta lida pela união dos portugueses e seus descendentes e que agora, neste mês de julho completou 100 anos.
Fundado em 14 de julho de 1920, o Clube Português de São Paulo agora é mais uma entidade centenária com muita história, muito glamour, muitas realizações e de uma época que não volta mais. Por todo este tempo impulsionou vários dos desportos nobres, entre os quais o esgrima, dinamizou igualmente suas atividades sócias recreativas, em especial, os bailes que despertaram o maior interesse não só da comunidade luso-brasileira, mas até mesmo da sociedade paulistana. Foi uma das primeiras entidades a organizar grupos folclóricos que marcaram época em São Paulo, ao mesmo tempo em que incentivou a música, o teatro e tantos outros programas artísticos culturais.
O Clube Português existe desde julho de 1920 e de lá para cá passou pelo centro de São Paulo, na rua Conselheiro Crispiniano e Avenida São João. A partir de 1968, já em sede própria, encontra-se devidamente instalado na rua Turiaçu, no bairro de Perdizes, zona Oeste da Capital, obra do então engenheiro Albino José Coelho da Rocha. Seus amplos salões hoje são palcos para a realização dos mais diversos eventos paulistas. O objetivo da entidade sempre foi o de agregar a colônia lusa para a manutenção de seus costumes e tradições. Fotos antigas dão conta desta missão e por isso, recebeu do governo português o grau de ‘Cavaleiro da Ordem Militar de Cristo’ e da ‘Ordem do Infante D. Henrique’. O primeiro presidente do Clube Português foi o comendador Antônio Pereira Ignácio, grande empresário que deu início ao Grupo Votorantim envolvendo itens como tecidos, cimento, cal, siderurgia e tijolos refratários.
No entanto, o que transforma em um orgulho permanente para sua diretoria e toda comunidade é a fantástica biblioteca que dispõe de cerca de 15 mil volumes, envolvendo a história de Portugal e do Brasil. Sempre recebem muitos pesquisadores, professores, pessoas interessadas em obras raras, pois grande parte do acervo é do século 19, como um D. Quixote, de Miguel de Cervantes de 1883 e o Novo Dicionário da Língua Portuguesa de 1878. Em meio a tantos livros preciosos, encontra-se o Lusíadas de Camões, numa edição de 1688 e outro Lusíadas numa edição monumental de luxo, encadernada em madeira com detalhes em bronze. Este é de 1898. E para quem aprecia fotos antigas, o clube tem em seus guardados um valioso álbum que mostra como se vivia na cidade de São Paulo em 1860.
Vale ressaltar que um dia antes, em 13 de julho a Casa de Portugal de São Paulo, localizada na Avenida da Liberdade, na Capital, completou 85 anos de história. A sede desta entidade é um edifício neocolonial de cinco andares. O hall de entrada está decorado com pinturas representando D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, e o padre Manuel da Nóbrega, jesuíta português de muita importância na fundação de São Paulo. O edifício possui ainda salas para reuniões, restaurante, anfiteatro, galeria para exposições e um salão de festas com capacidade para 1000 pessoas.
E no dia 14 de agosto próximo, também em São Paulo, a Lusa – Associação Portuguesa de Desportos vai completar 100 anos de fundação, e prepara iniciativas online para marcar a data. Só para relembrar: a Associação Portuguesa de Desportos (inicialmente Associação Portuguesa de Esportes) foi fundada no dia 14 de agosto de 1920, a partir da fusão de cinco clubes portugueses da cidade de São Paulo: Luzíadas Futebol Club, Associação 5 de Outubro, Esporte Club Lusitano, Associação Atlética Marquês de Pombal e Portugal Marinhense. A data remete à Batalha de Aljubarrota, quando Portugal tornou-se independente da Espanha em 1385.