Em Lisboa, participaram o Diretor da Faculdade de Medicina ULisboa, Fausto Pinto, também presidente da World Heart Federation, signatário do documento, e Reitor da Universidade de Lisboa, Luís Ferreira, bem como representantes do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN) e da Embaixada do Brasil em Portugal. O Embaixador de Portugal em Brasília, Luís Faro Ramos, e o Primeiro-Secretário Tiago Serras Rodrigues participaram a convite do Ministro brasileiro da Saúde, Marcelo Queiroga.
“Estamos escrevendo uma nova página nas relações do Brasil e de Portugal” declarou, em suas palavras finais, o ministro brasileiro Queiroga, durante a cerimônia oficial.
No início da sessão sobre Memorando que pretende reforçar os laços científicos e acadêmicos, o Ministro Queiroga começou por comparar os Sistemas de Saúde dos dois países, afirmando terem sido estes “a grande trincheira no enfrentamento à Covid-19; sistemas que graças a eles estamos a conseguir conter o caráter pandêmico da doença”, disse.
Apontando o documento assinado, o Ministro reforçou que “esta é mais uma página de sucesso de colaboração dos nossos países”, salientando ainda a importância de “ajudar ao desenvolvimento humano dos outros países de Língua Portuguesa”.
Queiroga foi enaltecendo as estratégias clínicas desenvolvidas no Campus Universitário e em especial no Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, enviando ainda um afetuoso abraço ao Diretor da Faculdade de Medicina, fez questão de salientar os fortes laços de amizade e de encontros clínicos que os unem desde há vários anos.
Por seu lado, Fausto Pinto agradeceu o especial incentivo do atual Ministro da Saúde como “um dos estímulos para este acordo realizado”. Agradecendo a presença de todas as entidades envolvidas, Universidade, Ministério e Embaixada, reforçou que esse era um carimbo de força para o desenvolvimento daquela que é já uma “relação secular entre os nossos países”.
Sobre o momento que consolida a interação entre as comunidades acadêmicas, médicas e científicas, apelou a que a área da Saúde fosse inspiração suficiente para salvaguardar como bem comum a vida das pessoas. “Estamos dando mais um passo no cuidado que podemos prestar às nossas populações”.
Uma cooperação que vê como uma potencialidade de resolução de problemas para o futuro, Fausto Pinto fez notar ainda, com forte empenho, o reforço das necessidades da própria Medicina. “Estes dois anos de pandemia têm mostrado como continua a ser algo universal o investimento na Ciência”.
“Este é um compromisso para o bem de todos, estou seguro que este é mais um passo para o nosso fortalecimento, para o bem da Ciência e da Saúde, quer em Portugal, como no Brasil” declarou.
O Embaixador residente no Brasil, em representação de Portugal, fez questão de dar dois reconhecimentos iniciais, “às autoridades do Brasil pela entrega da primeira vacina nacional, que foi atribuída para a cooperação internacional. O segundo reconhecimento da chancela do Ministro, aos Hospitais portugueses residentes no Brasil. Tudo o que se possa fazer para fundamentar a cooperação é bem-vindo” declarou Faro Ramos.
Gláucia Moraes coordenadora das iniciativas de investigação do Ministério da Saúde e Professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, ressaltou a importância do peso de uma língua que é a terceira a ser usada nas redes
sociais e que, por dados apresentados, até 2050, terá uma população mundial de 335 milhões falando a língua. Força que sustenta mais ainda a cooperação científica, tecnológica e acadêmica, com especial foco para a Saúde.
“O estreitamento dos laços científicos entre o Brasil e Portugal irá estimular ainda mais este desenvolvimento e cooperação da Ciência, da tecnologia e da formação na Saúde em áreas que são de interesse mútuo”. A previsão, segundo ela, é troca de experiências e projetos entre estudantes, pesquisadores, com a realização de Seminários e conferências conjuntas, estando já em marcha vários planos de trabalho para esse efeito. “Esta é uma forma da promoção da Saúde e a prevenção da doença”, disse.
Referido por Fausto Pinto como “o vetor de estreitamento entre os dois países na área da ciência, formação e pesquisa”, o reitor Luis Ferreira defendeu que uma “Universidade cosmopolita como a de Lisboa, assume um papel integrador para o mundo”. Agradecendo em particular à Faculdade de Medicina como elemento líder no ensino da Medicina, quer na investigação, não só em Portugal, como pelo mundo, enalteceu as suas várias redes e colégios que “têm encontrado formas de trabalhar com interdisciplinaridade e transdisciplinaridade, juntando Escolas de Farmácia, com as de Engenharia, ou como a de Motricidade Humana”.
E destacou números da Universidade, uma casa com 60 mil pessoas, cerca de 52 mil estudantes e 3700 professores, aos quais acrescem 600 pesquisadores. “São o grupo de questionamento e buscar pela resposta às maiores questões, desenvolvendo em permanência trabalhos e processos protocolares de cooperação”.
A instituição que conta com mais de 10 mil estudantes estrangeiros e em que desses, quase 50% são de nacionalidade brasileira, “traduz uma convivência muito estreita onde todos conseguem conviver num pequeno espaço com o resto do mundo”.
O termo de cooperação terminou com a assinatura conjunta, onde cada um dos seus responsáveis assinou de cada lado do seu país. Este protocolo contempla a cooperação entre os signatários no campo da ciência, tecnologia e inovação em saúde.
Inclui desenvolvimento de projetos e pesquisas colaborativas, financiamento de bolsas de pesquisa, intercâmbio de estudantes, cientistas, pesquisadores, especialistas, acadêmicos e gestores de ciência e tecnologia em saúde; intercâmbio de informação no campo de ciência e tecnologia em saúde por meios eletrônicos; organização de seminários, conferências e oficinas de trabalho; identificação em conjunto de problemas de ciência, tecnologia e inovação em saúde e aplicação do conhecimento dela resultante; entre outros.
Fonte: Mundo Lusíada