Vale lembrar que a língua portuguesa entrou no meio acadêmico francês através da Universidade de Sorbonne, em Paris, desde a primeira guerra mundial, há mais de 100 anos, tendo-se alargado, a partir da década de 1950, a um conjunto de grandes universidades regionais, disse à Lusa a diretora do departamento de Estudos Portugueses e Brasileiros da Universidade de Aix-Marseille, Ernestine Carreira.
“A descoberta das culturas lusófonas foi acompanhada pela chegada de centenas de milhares de O Departamento de Português conta atualmente com sete professores e mais de 80 alunos de países tão diversos como o Brasil, Portugal e Senegal, mas também da Alemanha, Cabo Verde, Angola, Estados Unidos, Equador, Argentina, Itália e muitos outros.
De acordo com a responsável, o século XXI trouxe mutações importantes do ensino do português em França com a monopolização progressiva do ensino secundário pelo inglês e o espanhol. “Várias universidades acabaram até com os diplomas de português mantendo apenas, mas nem sempre, um ensino opcional”. O departamento de Aix-en-Provence (Provença) optou, a partir de 2012, pela especialização do português na área do turismo cultural e patrimonial. Nesse mesmo ano foi construído o Campus Schuman, onde se localiza o departamento linguístico lusófono.
Foi inaugurada a exposição “Portugal/Provence, regards croisés” (olhares cruzados), que comemora os 200 anos da fundação do Consulado Geral de Portugal em Marselha, e “dá visibilidade a uma realidade histórica por enquanto não conhecida: 200 anos de trocas e contactos de cultura comum”, segundo Ernestine Carreira. “Retrata principalmente a história do Consulado e abre campo para o futuro: pensar o patrimônio de memória em modo feminino”, referiu. “Da marquesa de Alorna à infanta Leonor (futura imperatriz da Alemanha), sem falar das rainhas D. Maria Pia e D. Amélia… Provence e Portugal conjugam-se hoje em modo plural, mas sobretudo feminino”, concluiu.
Fontes: Luso Jornal e Mundo Lusíada