Chico Buarque de Holanda nasceu há 74 anos, no Rio de Janeiro, e é um dos
maiores nomes da música popular brasileira, mas também da literatura das
últimas décadas. “Artista multifacetado e um dos mais conhecidos autores da
música popular brasileira, desde cedo se afirmou como escritor de relevo, seja
na dimensão poética e musical das suas letras, seja na ficção ou na dramaturgia”, destacou o júri do Prêmio Camões.
Considerado o principal prêmio de literatura em língua portuguesa, o Camões
foi instituído em 1989 pelo Brasil e por Portugal. De acordo com o Ministério
da Cultura de Portugal, a escolha reconhece anualmente “escritor cuja obra
contribua para a projeção e o reconhecimento da língua portuguesa”.
Chico Buarque estreou como escritor de ficção em 1974, com a novela Fazenda Modelo. Em 1979, publica o livro infantil Chapeuzinho Amarelo. O primeiro romance, Estorvo, foi lançado em 1991. Quatro anos depois lança o segundo Benjamin. Em 2003, publica Budapeste; em 2009, Leite Derramado e em 2014, Irmão Alemão. Ele escreveu as peças de teatro Roda Viva (1968); Calabar (1972); Gota D’Água (1974), e Ópera do Malandro (1978).
O autor é o 13º brasileiro a receber o prêmio que já foi conferido, entre outros,
a Raduan Nassar (2016), Ferreira Goulart (2010), Lygia Fagundes Telles (2005), e Jorge Amado (1994).
Chico Buarque fora já distinguido duas vezes com o prêmio Jabuti, o mais
importante prêmio literário no Brasil, pelo romance “Leite Derramado”, em 2010, obra com que também venceu o antigo Prêmio Portugal Telecom de Literatura, e por “Budapeste”, em 2006. Em 2017, venceu em França o prêmio Roger Caillois pelo conjunto da obra literária.
Ainda passou pelo curso de arquitetura, mas acabou por abraçar definitivamente a carreira musical na década de 60. Em 1965, lançou o tema
“Sonho de um Carnaval”, num festival de música, e foi o começo de um percurso que continua até aos dias de hoje. Chico Buarque vai receber 100 mil euros pelo prêmio.
O júri foi formado por Manuel Frias Martins, professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e presidente da Associação Portuguesa de Críticos Literários; Clara Rowland, professora associada da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa; Antonio Cícero, ensaísta brasileiro e poeta; Antonio Hohlfeldt, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul; Ana Paula Tavares, poeta angolana e professora universitária em Lisboa; Nataniel Ngomane, professor da Faculdade de Letras e Ciências Sociais da Universidade Eduardo Mondlane, em Moçambique.
Fontes: Portugal Digital / rr.sapo.pt