Em declarações à agência Lusa, o arquiteto paisagista português Duarte Natário, autor de um documentário sobre a história da arquitetura paisagista em Portugal e um dos organizadores do ciclo, disse que o projeto surgiu a partir de conversas com Camila Gomes Sant’Anna, uma arquiteta, urbanista e professora universitária brasileira, nas quais ambos perceberam a inexistência de comunicação entre os dois países sobre esta temática.
“O meu filme ‘Tudo é paisagem’ foi exibido aos alunos da Camila no Brasil e, a partir daí, começamos a falar sobre as paisagens dos nossos países, sobre aquilo que nos afasta e aproxima, e percebemos que não existe diálogo entre os nossos países sobre este tema”, disse Natário, que faz parte do Observatório de Paisagem da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP).
“Percebi, em conversas, que muitos dos arquitetos paisagistas brasileiros não sabem quem é, por exemplo, Gonçalo Ribeiro Telles, que é a nossa figura pioneira na arquitetura paisagista, e nós também não sabemos quem foi Rosa Kliass, uma pioneira brasileira”, explicou.
Percebendo a necessidade de preencher essa lacuna, Duarte Natário, Camila Gomes Sant’Anna, da Universidade de Goiás, e a arquiteta paisagista Maria José Curado, diretora do Observatório de Paisagem da FCUP, decidiram criar este ciclo de seminários estruturado em sete temas, em que cada um reunirá especialistas de diferentes universidades, além de outros convidados, que se apresentarão em 15 módulos.
Quinzenalmente, até ao dia 09 de dezembro, serão abordados os temas “Paisagens Portuguesas e Brasileiras: Convergências e Particularidades”, “Da Colonização à Era Moderna”, “Os Jardins da Era Contemporânea: Da Gênese do Parque Público aos Tempos de Hoje”, “A Arquitetura Paisagista em Portugal e Brasil” e “Arquitetura e Paisagem – Expedições Transatlânticas”.
“Portugal e Brasil: Paisagens Mais Resilientes” e “Paisagens de Hoje” são os temas que vão encerrar o ciclo de seminários, que é gratuito e terá a duração de duas horas em cada módulo, sendo transmitido no ‘site’ dedicado ao evento e em ‘links’ disponibilizados nos canais da FCUP e da Faculdade de Goiás.
Em relação ao público esperado, Natário ressaltou que gostaria de ter uma adesão “geral, mais alargada”, porque pretende “divulgar questões da paisagem, do território, sensibilizar para questões ecológicas, ambientais e para as alterações climáticas que estão muito em foco”.
Fonte: Lusa