Promovido pela Fundação Círculo de Leitores, com o apoio da Fundação José Saramago, da Porto Editora e da Globo Livros, o prêmio foi entregue, recentemente, durante uma cerimônia no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém (CCB), sala onde o Estado Português recebeu e homenageou José Saramago, em 1998, ano em que foi distinguido com o Prêmio Nobel da Literatura.
Sobre esta obra, Bruno Vieira Amaral, escritor distinguido com o Prêmio Literário José Saramago 2015, e membro do júri desta edição, enalteceu a qualidade da escrita de Rafael Gallo. “É mão cirúrgica, aplicando incisões seguras e sábias, é mão de pintor, na pincelada criativa e intencional, é mão de maestro segurando a batuta e guiando a orquestra num crescendo de som e fúria que culmina no magistral desenlace do romance”, afirmou.
Nascido na cidade de São Paulo, no Brasil, em 1981, Rafael Gallo tem criado histórias e inventado personagens desde pequeno, destacam os promotores do prêmio, acrescentado que as suas primeiras incursões na área da literatura foram os contos que acabou por compilar num volume intitulado “Réveillon e outros dias”, que propôs a várias editoras, sem nunca ter sido aceite ou publicado.
Tudo mudou quando concorreu ao Prêmio SESC de Literatura, um concurso brasileiro para autores de obras inéditas, que lhe permitiu publicar o livro, em 2012, pela editora Record e, de certa forma, tornar-se escritor. Em 2015, lançou o seu primeiro romance, “Rebentar”, também pela editora Record, que foi distinguido com o Prêmio São Paulo de Literatura, na categoria de autores estreantes com menos de 40 anos.
Desde então, não publicou outro livro, embora tivesse um romance inédito, “Dor fantasma”, e 40 anos de idade quando foi divulgada a abertura de candidaturas para a mais recente edição do Prêmio Literário José Saramago.
Isto porque o Prêmio José Saramago passou, desde este ano, a contemplar obras de ficção inéditas de autores até aos 40 anos (até agora o limite de idade era 35 anos) e aumentou o valor a atribuir em 15 mil euros (o prêmio pecuniário era de 25 mil euros).
Outra novidade é o fato de o prêmio passar a distinguir obras inéditas, garantindo-lhes depois a publicação em Portugal (pelo Grupo Porto Editora) e no Brasil (pela Globo Livros), bem como a distribuição em todos os países da lusofonia. O Prêmio José Saramago foi instituído em 1999 e tem uma
periodicidade bienal, pelo que a última edição deveria ser realizado em 2021, o que não aconteceu devido à pandemia, obrigando ao adiamento para 2022.
A edição deste ano teve como jurados os escritores e anteriores premiados José Luís Peixoto, Gonçalo M. Tavares, João Tordo e Bruno Vieira Amaral, além de Pilar del Rio, presidente da Fundação José Saramago, Guilhermina Gomes, em representação da Fundação Círculo de Leitores e Presidente do
Júri, e a escritora brasileira Nélida Piñon, membro honorário.
Fonte: Lusa/ Mundo Lusíada