Para mim uma maneira muito simples de conhecer a cultura de outros países é através da gastronomia. E tive a oportunidade de 1989 e aos 12 anos ir com meus pais, irmãos e avós conhecer a Terra Natal de meus antecedentes. Minha família paterna é da região de Viseu, de uma aldeia que se chama Cerdeira e a materna é Trás Montana, de uma aldeia chamada Torre de Dona Chama.

Nos ano 50 meus avós migraram para o Brasil assim como tantos outros a procura de novas oportunidades; e aqui desembarcaram, e aos poucos e a poder de tempo, aumentaram a família. Progrediram na vida trabalhando muito atrás do balcão, ora no açougue, ora nas padarias e hoje em dia em supermercado.

Crescemos, fomos à faculdade, temos doutores na família, mas sempre soubemos o valor do sacrifício de nossos pais e avós para estudarmos e dar-nos o que melhor puderam. Em especial gostaria de dedicar uma homenagem à minha avó Silvina da Conceição, portuguesa, que faleceu no dia 29/10/2018 aos 93 anos no Tatuapé em São Paulo. Quero dizer que do lado paterno ela foi a força que sempre dirigiu a família, quem deu ânimo nos momentos mais difíceis; era ela quem sempre ia atrás de um “terreninho” para comprar e construir, era ela quem tomava a iniciativa dos negócios, quem deu apoio a todos quando o marido faleceu, que teve que se mostrar forte para nós quando o meu pai também faleceu. Deixou boas e doces lembranças aos que aqui ainda seguem seus ensinamentos. E nos deixou com bom ânimo para tocar a vida.

No tocante à gastronomia não há como resistir às delicias culinárias que há em Portugal; na aldeia do meu pai, por exemplo, temos o Cabrito com vinho, as Alheiras, o Sarrabulho e as Broas, já na aldeia da minha mãe temos a feijoada à Tras Montana e a Sopa de castanhas…delícias sem igual.