“Todo homem tem deveres com a comunidade”

Declaração Universal dos Direitos do Homem

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Repórter, crítico de cinema, editor, Moura Reis é jornalista desde 1958, com atuação em alguns dos principais veículos de comunicação do país, entre os quais O Globo, O Estado de S. Paulo, Diário de S. Paulo e os extintos Correio da Manhã e Última Hora.

Nascido em Oeiras, no Piauí, começou, ainda estudante, como repórter no Diário de Minas, em Belo Horizonte. Cinéfilo, ligou-se ao Centro de Estudos Cinematográfico de Minas Gerais, o mítico CEC, passou a escrever crítica de cinema e foi um dos fundadores do jornal Claquete e da Revista de Cinema. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1964 como repórter de política do Correio da Manhã. Dois anos depois transferiu-se para Última Hora onde trabalhou sob o comando do legendário Samuel Wainer, fundador do jornal. Passou pela revista Manchete e foi crítico de cinema na Tribuna da Imprensa. Em seguida ingressou na redação de O Globo, como repórter de política. Em 1972 foi transferido para São Paulo para chefiar a redação da sucursal do jornal carioca, função que exerceu até 1981, quando retornou ao Rio como editor de política. Mas optou por morar em São Paulo e, de volta, assumiu a gerência de comunicação da Corporação Bonfliglioli. Criou e dirigiu empresa de comunicação institucional, simultaneamente à crítica de cinema no Jornal da Tarde.

Retornou à reportagem política no final dos anos de 1980 no O Estado de S. Paulo, quando participou da cobertura das primeiras eleições diretas para presidente da República.

Integrou em seguida a área de comunicação do Governo do Estado de São Paulo, inicialmente como editor do jornal Serviço Público e depois coordenador das assessorias de imprensa dos órgãos da administração direta do governo estadual.

Retornou à crítica de cinema na revista VIP e em 1996 assumiu a direção do Diário do Comércio, da Associação Comercial, e implantou projeto de reformulação editorial e gráfica. Em seguida exerceu as funções de editor e crítico de cinema do Diário de S. Paulo.

É autor de Pedras e Sonhos no Cineboca, biografia do cineasta Ozualdo Candeias para a Coleção Aplauso da Imprensa Oficial do Estado.

Tataraneto de imigrante português que não resistiu aos encantos de uma jovem filha de ex-escravos e criou 18 filhos que disseminaram DNA incorporado de olhares indígenas e de múltiplas correntes migratórias, Moura Reis se declara muito feliz por ter contribuído nessa diversidade bem brasileira: quatro filhos meio libaneses e netos que incorporam, até o momento, Conrado, Ferdinando, Oliveira e Matsumoto ao sobrenome.

Antônio de Moura Reis
Jornalista e escritor

Os avanços da globalização tornam, sem dúvida, cada vez mais necessária e importante a atuação de entidades da sociedade civil dedicadas à preservação, fortalecimento e valorização de relações e tradições bilaterais.
A marcante característica do Brasil como sociedade multirracial nasceu, aplaudimos, da integração e miscigenação dos colonizadores portugueses, incialmente com os índios nativos e, em seguida, com as levas de africanos trazidas como escravos.
Apesar da injusta e brutal prática escravagista e das decorrentes desigualdades socioeconômicas, formou-se e se consolidou ao longo das décadas dos poucos séculos seguintes a integridade territorial, a unidade linguística e, sobretudo, a sociedade multirracial de um País de abraços abertos. Este fenômeno maravilhoso tornou possível a raramente traumática integração das amplas correntes migratórias de diferentes Continentes a partir do final do Século XIX.
É inegável, mas nunca demais relembrar, que a ampliação irreversível da marca multirracial da sociedade brasileira decorre, primordialmente, da sua origem, ou da forma como se originou. Logicamente não somos, jamais fomos e nunca seremos o grande barco a deslizar sereno em mar revolto. Convivemos com desigualdades e outros males crônicos e, tão grave quanto, avançamos muito lentamente no encontro de soluções efetivas. Mas avançamos.
Entendo que melhorar este avançar depende, sobretudo, do caminhar juntos, o que não significa submissão da maioria à preponderância de minorias. Mas, acima de tudo, estender as mãos com respeito às peculiaridades de quem está ao lado, à frente, ou caminha atrás. Afinal, o multifacetado perderá esta condição caso perca a característica de heterogêneo. Nossa característica original e, portanto, essencial.
Neste caminhar, sobressai a importância da missão do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira, sobretudo diante do inexorável processo da globalização. Trabalhar pela permanente preservação dos valores e extensão das relações irmãs do Brasil e Portugal significa estender o bom pavimento da concórdia e do respeito mútuo à estrada da História de um bonito País, sempre de braços abertos. Nossa História.

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Somos privilegiados pela herança lusitana e também por podermos contar com o Conselho da Comunidade Luso-Brasileira do Estado de São Paulo que é o órgão que congrega nossa cultura viva em solo paulista. Pelo Conselho a história não se perde, porque uma das diretrizes da entidade é preservar e valorizar nossos usos e costumes que mantêm a tradição de nossa gente sempre presente nos festivais, no folclore, na música e na gastronomia. A ação do Conselho é defender um legado histórico e cultural inestimável.

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