“Todo homem tem deveres com a comunidade”

Declaração Universal dos Direitos do Homem

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Arnaldo Príncipe, casado, pai de dois filhos, avô de duas netas, Brasileiro/Português, natural de São Caetano do Sul, administrador e empresário do setor de restaurantes.

Arnaldo Príncipe
Administrador de empresas e empresário

Em 16 de setembro do ano de 1946, vindo de Portugal, chegavam pelo Porto do Rio de Janeiro, Carlos Alberto Pereira e seus dois filhos mais velhos, Maria Cândida com oito anos, e José com sete anos, em busca de uma vida melhor e condições de trazer sua família para morar no Brasil. Enquanto isso, em Concelho de Mogadouro, um vilarejo situado no distrito de Bragança, na região norte, ficava Isabel, sua esposa, e seus quatro filhos mais novos, aguardando uma resposta para então embarcar com destino ao Brasil.

Depois de um ano e meio, com segurança de que tudo estava dando certo, Carlos já estava em condições de recebê-los com a garantia de um emprego como ajudante de pedreiro. Isabel, que o aguardava ansiosamente, vendeu todos os seus pertences para que conseguissem dar o início na vida juntos no Brasil.

Após muitas batalhas juntos, para se reestruturar no novo lar, o tempo passou, com os filhos já crescidos, e minha mãe, Maria Cândida, no auge dos seus 20 anos de idade, resolveu dar um passeio pela praça central de São Caetano do Sul – São Paulo, onde conheceu José Príncipe, filho de imigrantes italianos, que vieram para o Brasil com a mesma intenção de se reestruturar, assim começando a trabalhar na Fazenda Amália de propriedade da família Matarazzo. Os dois então se apaixonaram, casaram-se e tiveram dois filhos, eu, Arnaldo, e minha irmã Mirna.

Uma das grandes recordações que tenho, é que aos sábados era uma delícia ir trabalhar com meu avô, que sustentava sua família com uma banca de frutas na feira, que para falar a verdade, eu mais comia do que ajudava. Já aos domingos, era dia de muitas lembranças, nossos almoços eram regados a vinhos de fabricação própria do meu avô. As recordações vinham à tona, quando, meus avós contavam a caminhada da migração e a saudade da terra natal.

Inúmeras vezes me pego pensando, e sinto que a cultura portuguesa está enraizada dentro de mim, com isso vem a vontade de morar em Portugal e conhecer toda essa experiência vivida pela minha mãe, meus avós e tios.

Obrigado Conselho da Comunidade Luso-Brasileira do Estado de São Paulo, pela oportunidade de contar um pouco da minha história. É muito valoroso para eu dividir costumes para que não sejam esquecidos com o passar do tempo e que novos capítulos sejam escritos por essa maravilhosa comunidade.

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Somos privilegiados pela herança lusitana e também por podermos contar com o Conselho da Comunidade Luso-Brasileira do Estado de São Paulo que é o órgão que congrega nossa cultura viva em solo paulista. Pelo Conselho a história não se perde, porque uma das diretrizes da entidade é preservar e valorizar nossos usos e costumes que mantêm a tradição de nossa gente sempre presente nos festivais, no folclore, na música e na gastronomia. A ação do Conselho é defender um legado histórico e cultural inestimável.

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