Diogo Garcia e Júlia Maria da Caridade, provenientes da Ilha do Fayal em 1715 (Arquipélago dos Açores), estabeleceram residência em terras mineiras à margem do Rio Grande. Tiveram 14 filhos. Dotado de grande vigor físico e tenacidade para o trabalho, conseguiu tornar-se proprietário de terras férteis, acrescidas mais tarde por novas glebas, formando a Fazenda Rio Grande, com milhares de alqueires. Em 23 de março de 1762, devido a uma grave enfermidade, redige as disposições de sua última vontade, demonstrando mais uma vez, sua ardente fé religiosa.
Deixava para os filhos que se ordenassem padres, 300 mil réis, além daquilo que receberiam também os demais irmãos. Apenas um fez jus a sua disposição. Outra prova de sua fé, estava em sua assinatura, colocando o símbolo de uma cruz entre seu nome: Diogo + Garcia. Esta constante manifestação de fé e humildade cristã influencia seu neto e homônimo, que passa a adotar o nome de Diogo Garcia da Cruz.
Pesquisando um pouco mais deste delicioso livro (O CAPITÃO DIOGO GARCIA DA CRUZ e SUA GERAÇÃO, de Ricardo Gumbleton Daunt, 1945, Imprensa Oficial do Estado) encontro à página 157, o nome de meu saudoso Pai, tios, avós, bisavós etc. À época da edição do livro, com 14 anos de idade e residentes em MOCOCA SP Meu Pai mudou-se para Curitiba, onde formou-se médico pela Universidade Federal. Terminado o curso, foi atrás do seu grande amor, Thereza, professora, que também saiu de Mococa e veio lecionar na Fazenda Santa Isméria, município de Lupércio, SP.
Não demorou muito, em 1965, o casal e os três filhos vieram a se instalar em Marília, município vizinho que crescia a passos largos. Marília foi fundada pelo português Antônio Pereira da Silva, cuja instalação oficial data de 04 de abril de 1929.
Os portugueses, hábeis comerciantes, instalaram suas empresas dos mais diversos segmentos (hotéis, restaurantes, padarias, atacadistas de secos e molhados, construtores etc) fazendo com que a economia de Marília deslanchasse ainda mais, sendo inaugurada aqui, a primeira rodoviária do Brasil, em 1938. Esse pioneirismo e contribuição do povo irmão, desperta a economia fazendo nascer aqui grandes empresas, como Bradesco e TAM. Hoje, a organizada colônia portuguesa em Marília, liderada por Amílcar Violante, atual Presidente da CASA DE PORTUGAL (fundada em 1962), que organiza festas, reúne os patrícios e preserva os hábitos e a cultura do povo irmão em nossa comunidade.
Alinhados com o Conselho da Comunidade Luso-Brasileira do Estado de São Paulo resgatam, preservam e estimulam tudo aquilo que é necessário para o fortalecimento da relação entre os povos. Como restauranteiro e fundador do Marília e Região Convention & Visitor´s Bureau, acredito que o Turismo, aliado à gastronomia e à cultura, serão importantes instrumentos para a consolidação cada vez maior, do relacionamento fraternal e desenvolvimentista entre brasileiros e portugueses.