Nascido em Coimbra, em 1971, Gonçalo Dinis Capitão é jurista licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra e mestre em Teoria e Ciência Política Contemporânea pela Universidade Católica Portuguesa em Lisboa. Foi deputado pelo Partido Social Democrata (PSD) e vice-presidente da Juventude Social Democrata antes de ocupar o posto de Adido Social no Consulado de Portugal em Joanesburgo (África do Sul) e na Embaixada de Portugal na Venezuela, em Caracas. Desde 2015, é Adido Social do Consulado Geral de Portugal em São Paulo.
“Perto que estamos da aurora de um novo ano, a mais dos tradicionais votos de felicidades a toda a nossa Comunidade Luso-Brasileira e volvido pouco mais de um anos sobre a minha chegada a São Paulo, creio que não honraria a minha função se não aproveitasse este ensejo para homenagear a razão primordial da nomeação de qualquer adido social pelo Governo de Portugal: a nossa valorosa diáspora.
Os Senhores e as Senhoras são, na realidade, a mais eficaz representação da nossa Pátria e, no caso brasileiro, intérpretes finos deste conúbio de culturas e de História feito, construindo pontes entre dois países e, mais importante, duas nações irmãs.
Aceitem, por isso, como sincera e sentida homenagem a todos vós, o testemunho das três lições fundamentais que aprendi com as nossas Comunidades na África do Sul (uma licenciatura), na Venezuela (um mestrado) e, agora, no Brasil (um doutoramento na arte de amar Portugal, através dos vossos olhos e dos vossos corações): em primeiro lugar, uma ideia que, parecendo evidente, anda arredia de muitas mentes; a de que nada se consegue sem muito trabalho. E, de fato, por onde esta missão me tem levado, nunca vi povo que trabalhasse com o ardor e o rigor do povo português.
Em segundo lugar, a marca da generosidade. Não há Comunidade Portuguesa que não veja muitos dos mais bem sucedidos integrantes partilharem tempo e recursos para melhorar a vida daqueles que não foram tão afortunados. Se há povo que vejo estender a mão ao próximo com total desapego esse é o português e os que dele descendem.
Por fim, a coragem de trilhar o caminho sem medo e com perseverança. Num registro pessoal, creio que muitos dos medos contemporâneos dos residentes da velha Europa têm a ver com o hábito de olhar para os Estados em busca de respostas que, pela sobrecarga de exigências das sociedades hodiernas, os mesmos já não podem dar a todos. A diáspora portuguesa, também aqui, é uma inspiração, pois à semelhança dos nossos bravos navegadores de outrora, rumou a novos destinos com a Pátria no coração e protegida apenas pela sua bravura e pela solidariedade dos seus pares.
Se estatuto me reconhecerem para um apelo, eis o meu grito orgulhoso: não se cansem de fazer o Bem! “