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Com mais de 23 anos de experiência em estratégia mercadológica, investimento social corporativo, recursos humano e sustentabilidade, Rodrigo Teixeira França já prestou serviços para grandes marcas. Administrador pela Universidade de Taubaté e com MBA de Gestão de Pessoas, tornou-se Especialista em Meio Ambiente, Mudanças Climáticas e Sustentabilidade pela Faap SP. É fundador e presidente do Instituto I.S de Desenvolvimento e Sustentabilidade Humana um think tank que desenvolve projetos de alto impacto, CEO da Station T. e Conselheiro Titular do Comtur pela Ciesp.

Rodrigo Teixeira de França
Administrador de empresas e especialista em meio ambiente

As relações entre Portugal e Brasil remontam mais de cinco séculos, começando com a descoberta do território brasileiro pelos portugueses, o estabelecimento das primeiras feitorias perdurando até os dias de hoje.

Essa relação entre os dois países está intrinsecamente ligada a fatos históricos importantes. A partir daí, a ancestralidade luso-brasileira pode ser rastreada por centenas de anos e é justamente nesse ponto que a história de Portugal e Brasil ser cruza com do Estado de São Paulo, a cidade Taubaté e a família “Galvão de França” do Vale do Paraíba.

Em um mundo globalizado as relações institucionais e governamentais carecem de iniciativas que além de criar vínculos resistentes ao tempo, preenchem os hiatos deixados pela transição dos períodos, acompanhando a modernidade. Dessa forma, é louvável a proposta do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira do Estado de São Paulo, merecedora de total apoio de todos os setores frente à perpetuação do legado outrora iniciado pelos nossos ancestrais Portugueses em terra da “ Ilha de Vera Cruz”, nosso amado Brasil.

Dito isso, meu nome é Rodrigo Teixeira de França, sou natural e residente de Taubaté, fundador do Instituto I.S, um think tank que tem como missão o fortalecimento socioeconômico da cidade e região através do restauro e administração do complexo ferroviário de 1876 construído por Dom Pedro II, a saber: www.stationt.co.

Nessa jornada luso-brasileira, Taubaté (SP) e os Galvão de França (minha família) se cruzam de forma interessante em alguns capítulos da história entre o Brasil Colônia e Império por meio das sesmaria com os bandeirantes, os taubateanos e o descobrimento do ouro, sua mineração até chegar ao primeiro Santo brasileiro.

Em 1596, o governador geral do Brasil, D. Francisco de Sousa, incumbiu Martim Correia de Sá da chefia de uma bandeira, que, saindo do Rio de Janeiro, aportou em Parati, subindo a serra do Mar por uma trilha indígena, alcançando a região do Vale do Paraíba. Esse caminho, posteriormente, transformou-se em um antiga estrada que serviu ao tráfego e comércio interno entre a cidade do Rio de Janeiro e as vilas de Parati, Cunha, Guaratinguetá e Taubaté, onde serviria, mais tarde, para o transporte do ouro que viria a ser descoberto pelo taubateano Antônio Rodrigues de Arzão, em 1692.

Segundo Silva Leme em sua Genealogia Paulistana, foi Rodrigues de Arzão um destemido bandeirante que seguindo os caminhos abertos por Fernão Dias , “O Caçador de Esmeraldas”, que teria descoberto a primeira jazida de ouro nos Sertões de Taubaté ou as minas gerais. Arzão deixando o roteiro de suas descobertas a seu concunhado Bartolomeu Bueno de Siqueira, também taubateano, que, nesse mesmo ano, adentrou aos sertões em busca de ouro seguindo o dito roteiro, fundou a povoação de Ouro Preto e outras cidades vizinhas. Foi nos sertões de Taubaté que, em 1697, se deu a primeira grande descoberta, consistindo em 18 a 20 ribeiros de ouro da melhor qualidade, conforme anunciou o então governador do Rio de Janeiro, Castro Caldas.

O meu sobrenome Teixeira é por parte materna e, o França, paterno, tendo como patriarca, Manoel de França, nascido em 1654, em Estoi, distrito de Faro e, da matriarca Águeda Maria Galvão Mimoso, nascida em 1685, na cidade de Potimão. Da união do casal nasceram seis filhos, dentre eles, voltaremos nossa atenção para Antônio Galvão de França, que nasceu em 29 de julho de 1706, na cidade de Faro. Antônio Galvão de França tornou um imigrante português ao mudar-se para a cidade de Guaratinguetá (SP) e, apesar de muitas posses, era profundamente religioso, sendo também Capitão-mor da cidade além de um homem de confiança da Corte portuguesa. Foi um importante e poderoso comerciante e sua fortuna provinha do comércio de bovinos e de produtos agrícolas que fornecia à zona de mineração. Influente, Antônio casou-se em 1733 com Isabel Leite de Barros, filha de grandes fazendeiros de Pindamonhangaba (SP) e bisneta do bandeirante Fernão Dias Paes Leme, o famoso “caçador de esmeraldas”. Desse casamento, dentre os muitos filhos, nasceu em Guaratinguetá (SP) no dia 23 de dezembro de 1739, Antônio de Sant’Anna Galvão, mais conhecido como Frei Galvão, primeiro Santo brasileiro.

Frei Galvão ingressou na Ordem Franciscana do convento de Santa Clara em Taubaté e, após muitos estudos e viagens, mudou-se para São Paulo, onde, em 1774 fundou o Recolhimento de Nossa Senhora da Luz, hoje o Mosteiro da Luz, na capital paulista. Nessa profunda e apaixonante relação entre Brasil e Portugal, no passado os imigrantes portugueses vieram, descobriram e colonizaram o país, criando laços culturais e afetivos tão profundos que se misturaram à nossa história geral e pessoal. Essa co-dependência dos elos de quem foram os autores dessa relação, dita o que somos e não para por aí, afinal, nos últimos anos vem ocorrendo um caminho inverso, com brasileiros tornando-se imigrantes em Portugal, como é o caso dos meus irmãos, Renata e João Mauricio França, morando um em Lisboa e outro em Almada. Isso é o que somos, somos irmãos enquanto povo e filho de Portugal enquanto nação e, tal relação merece todo o respeito, honra e afeto, afinal, o que somos hoje é fruto dessa relação que remonta os séculos.

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Somos privilegiados pela herança lusitana e também por podermos contar com o Conselho da Comunidade Luso-Brasileira do Estado de São Paulo que é o órgão que congrega nossa cultura viva em solo paulista. Pelo Conselho a história não se perde, porque uma das diretrizes da entidade é preservar e valorizar nossos usos e costumes que mantêm a tradição de nossa gente sempre presente nos festivais, no folclore, na música e na gastronomia. A ação do Conselho é defender um legado histórico e cultural inestimável.

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