Desde minha chegada ao Brasil com 13 anos de idade, quando comecei a trabalhar na padaria São Damião do sr. Oswaldo, primeiro líder de equipe que me acolheu, até os dias de hoje, sempre valorizei o trabalho conjunto. Foi dessa forma que fui levado para as entidades representativas da indústria da panificação quando, nos meus primeiros passos nessa direção, tive a oportunidade de administrar durante os anos de 1981 a 1983 a Panisul – uma cooperativa de compras dos panificadores, até quando, já empresário consolidado, cheguei a ter 12 padarias nos anos 90. Sempre fui um homem de equipe.
Daqueles primeiros passos até hoje, olhando para essa trajetória, só tenho a agradecer as equipes das quais fiz parte. Ocupei vários cargos, tive o privilégio de ter convivido com líderes de equipe inspiradores como: Frederico Maia, Alfredo Carreira e Antero José Pereira. Com todos eles aprendi muito e foram eles que me levaram a ocupar várias posições, tanto em entidades nacionais como a Fiesp, a Abip e a Aipesp que presido atualmente, como entidades de panificação internacionais como a Cipan e vice-presidente da Uibc.
A tudo isso e ao apoio de minha esposa e de meus filhos, devo o privilégio de hoje estar tomando posse como presidente das entidades representativas da indústria de panificação e confeitaria de São Paulo. Como panificador, que há tanto tempo sente as dores de nossa classe empresarial, pretendo que a principal marca de minha gestão seja ouvir os panificadores e atendê-los no limite das possibilidades do Sampapão (Sindicato dos Industriais de Panificação e Confeitaria de São Paulo).
Além desse olhar para o presente, reputo de fundamental importância, o olhar para o futuro. Um futuro que, cada vez mais velozmente, diminui o tempo do ciclo das inovações, das modificações e das exigências do mercado. Entendo que o Sampapão deva fazer parte dessa evolução apoiando e incentivando a inovação, a adequação às exigências de mercado para enfrentar com criatividade e inovação as mudanças aceleradas do presente e aquelas que estão por vir.
Nós, portugueses, quando deixamos nossas raízes, famílias e amigos e viemos para esse país maravilhoso, Brasil, construímos família e sempre voltamos à nossa terra para recordar o que lá deixamos e nunca esquecemos.
As semelhanças culturais entre Brasil e Portugal existem, por isso nós, portugueses, temos facilidade de nos adaptar. Os costumes, gosto pelas padarias e um bom pãozinho com café, a religiosidade e a fé, o gosto pela música e até mesmo as relações governamentais, uma vez que os portugueses descobriram o Brasil e toda história que envolve os países.
Para mim, nossa comunidade é importante que permite vivenciar o dia a dia de nossas raízes com festas folclóricas e tradicionais de nossa terra, recordar e aproximar dos amigos que representam nossa terra natal. E parabéns ao Conselho da Comunidade Luso-Brasileira do Estado de São Paulo que agrega todas as associações ligadas à comunidade em favor da nossa história e vasta cultura.